Grande craques do passado - Jardel

O craque de hoje dá pelo nome de Mário Jardel. Mário Jardel foi um Ponta de lança brasileiro que chegou ao futebol português nos meados da década de 90.O seu primeiro clube em Portugal foi o F.C. Porto, na época de 96/97.Mas o seu destino inicial era o Benfica sendo que a sua contratação na altura foi vetada por Gaspar Ramos, chefe do Departamento de Futebol do Benfica.
Mário Jardel veio do Grémio de Porto Alegre, equipa do Rio Grande do Sul que na altura era treinada por Luís Filipe Scolari. O futebol gaúcho (assim se chama aos naturais do Rio Grande do Sul) é mais europeu, o que quer dizer mais duro e menos tecnicista do que o futebol do Rio de Janeiro e de S. Paulo. Jardel chegou ao Grémio numa altura em que a sua carreira estava numa encruzilhada. Vindo do Vasco da Gama, as suas características técnicas e físicas não convenceram os responsáveis do Vasco sua passagem pelo Grémio foi um sucesso numa equipa onde pontificavam o defesa lateral paraguaio Arce e o avançado Paulo Nunes (que passou pela Luz sem grande sucesso.) tendo ganho a Taça dos libertadores Americanos e alcançado a final das Taça Intercontinental, perdida para o Ajax.
O ambicionado salto para a Europa foi conseguido a sua primeira época foi de grande sucesso, tendo marcado 30 golos e sido o melhor marcador. Nas 3 épocas seguintes, voltaria a atingir o mesmo troféu com 26 golos em 97/98,38 em 98/99 e 36 em
99/2000.Durante esses quatros foi três vezes campeão nacional.
Contudo, Jardel ao longo do tempo que esteve em Portugal sempre alimentou uma frustração: a pouca atenção que tinha da selecção Brasileira, em que era sistematicamente ignorado nas convocatórias. Apesar do lobby que a imprensa desportiva portuguesa ia fomentando, o que é facto é que a concorrência era forte. Ronaldo, Romário e Rivaldo e mais uns quantos.
Além disso, a periferia do campeonato Português - que não tem a mesma visibilidade do campeonato Espanhol, Inglês e Italiano - e a sua heterodoxia técnica relativamente aos outros jogadores brasileiros levavam-no a ser preterido.
Vamo-nos focar neste ultimo ponto. Realmente, Jardel do ponto técnico não parecia nada brasileiro. Jogo muito estático, não era um primor técnico, tinha dificuldades em levar a bola em progressão. Os seus pontos fortes eram claramente o seu jogo de cabeça (para que contribuiu ter jogado volei.) e o seu sentido posicional. Além disso era muito frio, sendo que perante uma oportunidade, não falhava!
O seu jogo estático dizem os detractores deve-se a ele ser preguiçoso. Não ajudava os seus companheiros na defesa e limitava-se a que Zahovic ou Drulovic lhe metessem a bola na cabeça.
O que é facto é apesar dos seus muitos golos, nunca nenhum dos clubes de topo (Inter,Milan ou Barça ) veio "buscar" Jardel .E este cá ficava neste rectângulo á beira-mar plantado. Até que o Galatasary o comprou. A sua frustração não diminui. A Turquia não é um pais muito desenvolvido e a Liga Turca ainda é mais fraca que a portuguesa. Resultado: apenas um ano, e de regresso a Portugal. Ao Sporting. Sendo que Jardel foi trunfo eleitoral decisivo para a vitória de Manuel Vilarinho nas Presidenciais do Benfica.Ironia do Destino…
Boloni, o treinador do Sporting na altura, já começava a ser contestado mas Jardel mesmo com peso a mais, entrou de caras na equipa, tendo marcado 42 golos em 30 jogos, sendo decisivo para a conquista do título de 2001/2002.
Finda a época, a fraqueza psicológica de Jardel veio novamente ao de cima. Alegando falta de condições psicológicas, apenas alinhou em 19 jogos tendo mesmo assim marcado 11 golos.
A partir dai foi o descalabro. Passagens com pouco sucesso por clubes obscuros tais como o Ancona o Bolton, o Nancy,o Ankaraspor, o Goias, o Palmeiras e o Newels Old Boys ( estes dois últimos são clubes de sucesso..),onde Jardel andou afastado dos golos.
Quando a cabeça não tem juízo...a carreira é que paga!